Projeto Variação Linguística no Estado da Paraíba
Saiba maisFundado em 1993 pelo professor Dermeval da Hora, o Projeto Variação Linguística no Estado da Paraíba – VALPB – tem como objetivo geral traçar o perfil linguístico do falante paraibano, considerando, principalmente, aspectos fonético-fonológicos e gramaticais. Atualmente, o projeto tem trabalhado em três corpora de gravações de entrevistas sociolinguísticas com informantes da cidade de João Pessoa, estratificados de acordo com sexo, faixa etária e anos de escolarização. O primeiro corpus, composto por entrevistas de sessenta informantes, foi coletado em 1993 com o objetivo de desenvolver estudos de tempo aparente. O segundo corpus, composto por entrevistas de seis dos informantes do corpus de 1993, foi coletado entre 2015 e 2016 com o objetivo de desenvolver estudos de tempo real na perspectiva de painel (recontato). O terceiro corpus, composto por entrevistas de trinta e seis informantes, foi coletado em 2018 com o objetivo de desenvolver estudos de tempo real na perspectiva de tendência, também com base no corpus de 1993. Os três corpora foram coletados pelo VALPB e estão disponíveis neste site.
Em 1993, o Projeto Variação Linguística no Estado da Paraíba foi criado pelo professor Dermeval da Hora com o objetivo de traçar o perfil linguístico do falante pessoense, considerando, principalmente, aspectos fonético-fonológicos e gramaticais, a partir de um estudo em tempo aparente. Em relação aos aspectos fonético-fonológicos, foram levantados e analisados inúmeros processos envolvendo segmentos, a partir da observação do que se apresentava como variável na comunidade de João Pessoa, estratificada de acordo com o sexo, a faixa etária e os anos de escolarização, amostragem representada por sessenta informantes.
Em 2009, o professor Dermeval lançou o Projeto VALPB - Fase II, uma expansão do antecessor. O raio de ação foi ampliado para o interior, envolvendo as cidades de Itabaiana, Picuí e Cajazeiras; a primeira, localizada na microrregião da Borborema; a segunda, na microrregião do Curimataú; e a terceira, no Sertão. Com os dados dessas três comunidades, pretendeu-se avaliar, dentre outras coisas, se o perfil do falante paraibano do interior, considerando aspectos fonológicos, corresponde ao do falante da capital do estado, e como eles se aproximam ou se afastam do falar nacional. Além disso, esperava-se que a análise de dados de uma língua específica pudesse contribuir para a teoria linguística geral.
Em 2014, o projeto entrou em sua terceira fase, intitulada "Variação Linguística no Estado da Paraíba Fase III: variação, estilo, atitude e percepção".
Passados vinte anos da primeira coleta, tempo considerado por Labov (1972) como uma geração, o objetivo agora foi o de voltar à comunidade e recontactar os mesmos informantes para verificar o que aconteceu com algumas variáveis, e se uma reanálise dos processos selecionados para este projeto poderiam ser usadas como informação suficiente para ratificá-los ou não como processos de mudança em progresso ou de variação estável. O contato com os mesmo informantes do passado caracteriza um estudo de painel (sete dos sessenta foram encontrados). Como não foi possível localizar todos os mesmos informantes, uma nova amostragem com trinta e seis informantes foi composta, levando em conta a mesma estratificação anterior, o que caracteriza um estudo de tendência. Os dados obtidos no recontato permitirão revisitar muitos dos processos já analisados.
Nome | Função | |
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Dermeval da Hora Oliveira
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Fundador e Coordenador | dermeval.dahora@gmail.com |
Juliene Lopes Ribeiro Pedrosa |
Professora | juliene.academia@yahoo.com.br |
Rubens Marques de Lucena |
Professor | rubenslucena@yahoo.com |
Henrique Miguel De Lima Silva | Professor | henrique.miguel.91@gmail.com |
Ingrid Cruz do Nascimento |
Mestra | ingridcruznascimento@gmail.com |
Pedro Felipe de Lima Henrique |
Doutorando | pedrofelipelh@hotmail.com |
André Wesley Dantas de Amorim |
Doutorando | amorim_awd@hotmail.com |
Ana Clarissa Santos Beserra
Ana Maria Imperiano
Antônia Verônica de Andrade Neta
André Pedro da Silva (UFBA)
Alessandra de Carvalho Barbosa
Alvanira Barros (UFPB)
Cristiane da Silva Baltor (URCA)
Eliane Alves Fernandes (UEPB)
Elton Jones Barbosa Andrade (UFPB)
Fabiana Souza Silva (UFPB)
Fábio
Francineide
Gilson Chicón Alves (UERN)
Giuliano
Greiciane Frazão
Hebe Macedo de Carvalho (UFC)
Iara Ferreira de Melo Martins (UEPB)
Izete de Souza Lima
Josilene Bonfim da Silva
Kátia Lúcia Lins da Silva
Laís Dantas (UFPB)
Luciana
Marcelle Ventura
Maria Bernadete
Maria de Fátima Aquino (UEPB)
Mário Anastácio Galdino de Vallo
Priscila Alves de Almeida Lopes
Priscila Evangelista Morais e Lima
Paloma da Silva Félix
Paula Frassinetti Lima Ferraz
Quézia Neves de Oliveira
Rafaela Machado (UFPB)
Regina Celi Mendes Pereira da Silva (UFPB)
Renata Conceição Neves Monteiro (UFPB)
Rosângela Neres Araújo da Silva (UEPB)
Sandra Espíndola (URCA)
Sandra Maria de Oliveira Marques
Sílvia Renata Ribeiro (UFPB)
Vaneide
A metodologia a partir da qual os corpora foram construídos baseia-se nos postulados da Sociolinguística variacionista. Foram selecionados informantes com base nos seguintes requisitos:
A amostragem que constitui o corpus do VALPB está assim estratificada em SEXO, FAIXA ETÁRIA e ANOS DE ESCOLARIZAÇÃO. Na coleta dos dados, após a aplicação de uma ficha social, usamos a entrevista como instrumento. Os dados resultantes foram, a partir de março de 1994, transcritos e armazenados eletronicamente. Atualmente, estes corpora estão disponíveis abaixo, podendo ser consultados pela comunidade cientifica interessada em analisar a língua em uso pela comunidade pessoense.
A partir de março de 1995, procedemos à análise de alguns fenômenos linguísticos encontrados no corpus, contando com a participação de alunos bolsistas de Pós-Graduação e de Graduação que, com o auxílio do CNPq e da CAPES, descreveram e analisaram a fala do pessoense. Na fase atual, esse corpus tem servido de base para estudos que integram a linha de pesquisa sobre estudos variacionistas do Curso de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal da Paraíba e tem sido também utilizado por pós-graduados de outras universidades.